sexta-feira, 15 de julho de 2011

Kidush Levaná /A Bênção da Lua – Por Jayme Fucs Bar Julho 2011

Kidush Levaná /A Bênção da Lua – Por Jayme Fucs Bar Julho 2011

Porque essa bênção mensal é recitada somente para a Lua, e não para os outros Astros como o Sol?
Porque o Sol apesar de grande, forte e poderoso não teve o mesmo status da lua? (onde se realiza uma bênção ao Sol a cada 28 anos , a próxima ocorrência será em 2037.)
Procurei algumas explicações que talvez nos ajude a responder esse paradigma desse mandamento de Kidush Levaná. - Bênção da Lua, mais importante não confundir que a idéia central do Kidush Levaná é a Obra do CRIADOR e não um culto a Lua. Onde o Rav Yoná, nos conta que quando saudamos a Lua, e como estivéssemos agradecendo ao CRIADOR por toda a sua obra aqui na terra e em todo o Universo.
Esse desigualdade dessa bênção entre a Lua e o sol talvez se explique , porque o Sol e algo que vemos e sentimos dia a dia, e a luz da Lua não. Outro motivo pode ser que o calendário judaico ė seguido pela a Lua , onde nos orientamos para a chegada das festas e das colheitas e plantios. outra razão a que eu pessoalmente mais gosto é a beleza desse astro, o mais perto de nosso planeta Terra, onde a luz da Lua ilumina a escuridão da noite, e desaparece para aguardamos a cada mês a sua volta para de novo ajudar a brilhar a noite e também os nossos corações.
A Lua é na verdade algo simbólico dos mais bonitos, que tem como objetivo de nos ensinar que acima de tudo existe uma força maior, que equilibra todo esse planeta e o nosso Universo, que temos que saber guardar e respeitar a obra do CRIADOR.
Não é de surpreender que o primeiro mandamento dado pelo CRIADOR ao povo judeu, mesmo antes do Êxodo do Egito, refere-se ao Rosh Hodesh - o novo mês - determinado pela Lua. Interessante também que nas orações do Shabat, recitamos, "pela manhã, cantarei Seus louvores, (mas) fé eu terei à noite".
Kidush Levaná faz parte da tradição Judaica ,A bênção da Lua é feita à noite, junto com toda a família ou comunidade, após o surgimento das estrelas. O Kidush Levaná é recitado quando a Lua está totalmente visível, e não é necessário, recitá-lo na presença de um minian de homens e mulheres , na verdade quanto mais gente melhor, pois esse Kidush deve ser realizado com muito amor e alegria.Nesta Bracha A boa dica é enxergarmos a Lua, sem ver a lua não tem graça nenhuma! o melhor mesmo é aproveitar esse momento ao ar Livre, e não esqueça de levar um delicioso vinho ou suco de frutas para o Kidush.
No Kidush Levaná, afirmamos o nosso agradecimento ao CRIADOR, pelo direito a Vida e a nossa responsabilidade humana, pois "Todos seres humanos são Iguais no mais amplo transcendentes, somos iguais desde a sua origem somos iguais na responsabilidade uns com os outros".
O Midrash revela uma explicação mística, para essa procura desse complexo caminho humano. Explica que a Lua tinha sido criada do mesmo tamanho que o Sol, mas teria reclamado a D'us: "O mesmo reino não pode ser regido por dois soberanos". Ao que D'us teria respondido: "Então, você, diminua em sua grandeza". A Lua a "reclamona" perdeu o seu esplendor original, mais ganhou em compensação o direito de ser saudada numa Bracha mensal, especialmente para ela, que nos ajuda lembrar e agradecer a obra do CRIADOR. . E O Sol? Neste caso terá que esperar a cada 28 anos ou ate a chegada do Meshiach .
Uma exemplo de Kidush Halevaná
"Bendito sejas Tu, rei do universo, que criaste a vida, os céus e todos teus exércitos com o sopro de sua boca e também ordenou que a Lua seja renovada mensalmente com uma coroa de Gloria.
Bendito sejas Tu, o ETERNO que renova os meses, e nos trás as estações do ano, e a cada mês o Esplendor da Lua.
Bendito sejas Tu, o ETERNO o CRIADOR da vida!
Bendito sejas Tu, o ETERNO o CRIADOR da Natureza!
Bendito sejas Tu, o ETERNO o CRIADOR da Lua que ilumina a escuridão e trás a harmonia e o amor aos nossos corações "

Por Jayme Fucs Bar Julho 2011

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Necessitamos de uma Nova Voz Judaica !

Necessitamos de uma Nova Voz Judaica !

Jayme Fucs Bar – Kibutz Nachshon Julho 2011

Como um ativista da frente pela Paz entre Israel e Palestinos, e cidadão brasileiro e israelense, venho fazer escutar minha voz que talvez seja também a sua voz.

Como Judeu que se define como Humanista e Socialista, me sinto cada vez mais insolado dentro desse contexto dessa "Esquerda mundial" que durante muitos anos fui identificado e ativista.

Parte desses grupos que se reivindicam como "Esquerda Mundial" na verdade se transformaram, num novo tipo de fascismo pós moderno, que luta de um lado pelo direito justo do auto determinação do povo palestino e do outro nega a existência de Israel, e vê o Judaísmo/Sionismo como uma rede de interesses econômicos que atua para o domínio geopolítico da economia Mundial.

O Mais interessante é constatar que parte dessa esquerda faz "frente única" na sua estratégia com as forças do fundamentalismo islâmico mundial. "Frente Única" para propagar o ódio e deslegitimar a existência do estado de Israel, ampliando na sociedade em geral o crescimento ao racismo e o anti-semitismo.
O Incrível que o êxito dessa politica, vem ajudando cada vez mais a Israel a se fechar ao Mundo, pela medo da ameaça a sua existência, fato que somente fortalece cada vez mais as forças ultra nacionalistas e fundamentalistas em Israel.

Como um ativista pela Paz e a não-violência, cada vez mais me faz arrepios, no pensar sobre as conseqüências dessa nova estratégia desses grupos que se definem como " Nova esquerda mundial" entre elas no Brasil, que atua em harmonia com as forças obscuras dos governos e organizações fundamentalismo e anti democraticas como Irã, Hisbbola, Hamas e Síria. Do outro lado ver em Israel a legitimidade institucional que vem ganhando esses setores radicais ultra nacionalista dentro da sociedade Israelense, levando a politica atual do governo de Israel a um beco sem saida se afastamento totalmente da possibilidade de se encontrar um possivel acordo de Paz entre Israel e Palestinos.

Arrepios somente no pensar como essas novas tendências fascistas camufladas de esquerda e seus "companheiros" fundamentalistas islâmicos entendem em como colocar em prática a não existência do estado de Israel, E o que farão com com os seus 6 milhões de Judeus que vivem hoje em Israel?

Arrepios e um medo maior me faz pensar na reação de Israel, nas mãos dos ultra nacionalista que em uma ameaças como essa poderá sem duvida criar conseqüências dramáticas que possa levar em jogo toda humanidade.

Portanto Necessitamos hoje mais do que nunca da voz judaica sana! responsável e comprometida com o destino do estado judeu democrático.

Necessitamos da voz judaica que não tenha medo de criticar a politica do governo de Israel, frente à continuidade da ocupação dos territórios ocupados e a necessidade de um acordo de Paz imediato.

Necessitamos da voz Judaica que acredita no estado Judeu da carta magna de sua independência, comprometido com a visão dos profetas de um Estado judeu democrático, baseado na garantia da liberdade e direitos a todos seus cidadãos, visando a paz com seus vizinhos e voltado aos valores de justiça social,solidariedade,e fiel aos princípios a Ata das Nações Unidas.

Necessitamos da Voz Judaica que faça ouvir a necessidade reciproca da autodeterminação de um estado Palestino ao lado do estado judeu, dois povos dois países, que possa conviver e se respeitar sob a bandeira da paz e não-violência

Necessitamos da voz Judaica que não tenha medo de enfrentar e delatar o fascismo e do anti-semitismo camuflado de "esquerda".

Necessitamos da voz Judaica que saiba combater o perigo do fenômeno do fundamentalismo religioso que sêmea em nome de D'us, o ódio, o racismo, o anti-semitismo e o preconceito ao outro, pelo simples fato de ser diferente.

Necessitamos da voz judaica que possa estar junto com as forcas de paz em Israel e do mundo, para apoiar na mudança da realidade do conflito Israel/Palestina, que entenda que a Paz é uma necessidade estrategica de ambos os lados, e que somente a Paz podera garantir as futuras gerações de Israelense e palestinos a esperança de se viver um ao lado do outro com respeito mutuo e dignidade humana.

domingo, 3 de julho de 2011

Desafios do Judaismo para o sec XXI por Jayme Fucs-Bar

Desafios do Judaismo para o sec XXI por Jayme Fucs-Bar

*Este artigo foi escrito em fevereiro 2008 e revisto para o contexto de 2011


Jayme Fucs-Bar

Jerusalem 1 de Julho 2011

"Não só somos povo, terra , Diáspora, religião, cultura ou filosofia, somos um pouco de tudo ,pois somos uma Civilização". Acho essa visão do Modechay Kaplan brilhante e atual nesse novo momento, onde o judaísmo em geral está sendo absorvido por um novo Desafio de valores que é a globalização, exatamente como foi na revolução francesa,o iluminismo e a revolução bolchevista nos últimos 200 anos.
No Conceito clássico do judaísmo Moderno das “Eras das Revoluções” Nos Judeus seculares,tínhamos definições ideológicas ,"claras" como ser sionista, ou anti sionistas ,bundistas, Troskistas,liberais ,direita ou esquerda.

Com a Globalização o judaísmo pós moderno nos deu a possibilidade de ser um pouco de tudo,somos um judaísmo individualizado,onde se legitima ser sionista na diaspora e de ser comunidade em Israel,de freqüentar o Beit Lubavith no shabat, fazer o barmitzva com o rabino conservador ,converter a esposa ou o marido na sinagoga reformista, incentivar os filhos a participar de um movimento juvenil de esquerda,apoiando ardente a politica dos partidos de direita em Israel .
Isso tudo se torna uma grande coerência neste judaísmo individualizado. Pertencer a tudo ao mesmo tempo não ter compromisso com nada.

O judaísmo virou um grande Shopping Center neste novo século , onde o "cliente" ( o Judeu), escolhe o judaísmo como se fosse um produto de mercado.
Ser judeu no mundo global é algo pessoal,individual não mais te exige a pertencer a um “clube ideológico” ou vestir uma só camisa ou ter uma só bandeira. Grande parte dos judeus no mundo global são Judeus "camaleões",sendo legitimo ter varias identidades judaica conforme o momento,a situação e o gosto pessoalde cada um.


Esse Espaço Aberto sem fronteiras criadas pela globalização levará sem dúvidas a transformação do judaismo e do estado de Israel. Ele abrirá novos caminhos judaicos, permitirá criar novos marcos de Judaísmo,novas correntes,novas sinagogas,novos rabinos, novos modelos de vida comunitária,novas culturas e novos judeus ,sobretudo criará uma nova visão de relações entre comunidade e o estado de israel.

Esse judaísmo pós Moderno já é parte de uma rede planetária, onde cada um pode manter uma relação virtual imediata com o seu mundo judaico, possibilitando inclusive que cada um crie e participe de sua própia comunidade judaica virtual, produzindo de forma independente cultura, valores e conhecimentos judaico.

A revolução Global levará ao mundo judaico à procurar uma nova redefinição de suas identidades, terá novas formas de se manifestar como judeus, criara uma nova relação com Israel, já sentido fortemente nas novas manifestações, e nas tendências de comportamento das comunidades judaicas e dos judeus.

Uma dessas tendências está na revisão da centralidade de israel, que para muitos dos judeus o Movimento sionista cumpriu o seu papel na história, e Israel se tornando mais um importante centro judaico no mundo e não mais o único.

Para os judeus seculares da Esquerda Sionista, Israel foi uma necessidade histórica do passado, que não conseguiu cumprir o seu papel moral e ético com a questão palestina, deixando a desejar de ser para o mundo um “ Or la Goim” A Luz a humanidade, em muitos casos Israel continua a ser para esse grupo um importante centro, porem sua realidade politica se tornou Inaceitável.

Para a direita fundamentalista e ultra nacionalista, o judaísmo e Israel são fruto de uma visão messiânica, são contrário a qualquer tendência de mudança que possa ameaçar sua visão messiânica, onde acreditam que para alcançar seus objetivos deverão usar todos os seus recursos, e essa postura já teve sua prática no assassinato de Yzzak Rabin,as ameaças que sofreu o ex. primeiro-ministro Ariel Sharon na devolução de Gaza, e as atuais leis anti democráticas e posturas racistas de lideranças rabínicas contra os laicos judeus e a população árabe israelense.

Para a direita liberal nacionalista, o estado de Israel vive numa permanente realidade geopolítica de ameaça de sua existência, vê o processo de paz como uma ameaça aos seus direitos históricos da "grande Israel",apoiando e incentivando a colonização de novos assentamentos judaicos nos territórios ocupados em 1967.
Criando para sua sobrevivencia politica, frentes com a direita religiosa ultra nacionalista que tem em comum a "grande Israel"

Para os grupos Ortodoxo não sionista, o estado judeu foi um desastre da sua experiência secular, esses grupos usam o termo “Israel é o Lugar de Goim( leigos) que falam Hebraico” essa mesma tendência nega Israel como um “Centro judaico Moderno”,Nega as suas leis,e Israel é para esses grupos um Centro Espiritual Bíblico.


E finalmente a postura mais popular nos dias de hoje entre os grupos dos judeus das comunidades, é de um lado um forte apoio a existência do estado judeu e a seu governo. Para esse grande grupo Israel é um refugio pessoal em caso de momentos difíceis, e do outro lado esses grupo se relacionam com Israel como uma antítese de sua própia missão criadora de garantir a existência e a segurança física para os judeus, considerando Israel o lugar mais inseguro no mundo para se viver como judeu,porem “um bunker pessoal necessário”.

A Globalização continuará criando novas perspectivas e avanços tecnológicos para o mundo, porém estará criando profundos abismos e paradoxos para a humanidade, sua tecnologia e economia global estará promovendo novos-ricos, mas estará deixando um grande rastro de nova pobreza, marcado principalmente na classe media judaica, cada vez mais empobrecida, e em conseqüência as novas crises econômicas, que promovera o surgimento de um novo êxodo judaico, não mas para Israel e sim para novos centros judaicos como Alemanha, Espanha, Australia e Canada.


Com certeza o Judaísmo caminhara para um novo rumo, possibilitara a legitimidade da existência de novas correntes judaicas,e criara novas definições de ser judeu, terá novas comunidades, novos rabinos, novos Judeus que se manifestarão em estruturas comunitárias judaica totalmente autônomas e independentes da tradicional.

A Globalização nos levará a um novo conceito de judaísmo secular,porem o judaísmo religioso criara novas barreiras para se proteger,da influência desses valores da globalização. O judaísmo religioso será ainda mais fechada e dogmático, colocara a margem milhares de judeus,que terão como desafio de criar para sobreviver como judeus sua propia alternativa judaica secular.

Nós judeus seculares, temos que saber como enfrentar esses grandes obstáculos neste próximo século, entre tantos e outros que já enfrentamentos, estará a necessidade de uma definição mais clara desse conceito "judaismo como Civilização". Neste processo o filósofo e sociólogo judeu Edgar Morin nos da uma pequena dica, numa definição brilhante de como chegar a essa civilização.

“ Para chegarmos à civilização mundial, seria preciso que fossem conquistados grandes progressos do espírito humano, não tanto de suas capacidades técnicas e matemáticas, não apenas no conhecimento das complexidades, mas em sua interioridade psíquica”.


Jayme Fucs – Bar
* Este artigo foi escrito em fevereiro 2008 e revisto para o contexto de 2011